martes, 20 de marzo de 2012

"Oenegé", "Cederrón", "Deuvedé" e outras espanholices !



O idioma espanhol é indiscutivelmente um dos mais importantes do mundo.  Só de falantes nativos, sao mais de 400 milhoes de pessoas espalhadas por todo o mundo.  O espanhol é um do seis idiomas  oficiais da ONU e atualmente ocupa o posto de segundo idioma mais estudado do mundo depois do inglês.

Entretanto, o idioma espanhol tem umas peculiariedades, que eu simplesmente nao consigo entender, como por exemplo, transformar siglas em palavras.  Se trata de uma convençao que nao faz nenhum sentido, uma vez que a funçao da sigla é simplificar a escrita ou fala de um conjunto de palavras. Ou seja, é mais facil falar e/ou escrever IBM em vez de  "International Business Machines" ou ONU em vez  "Organização das Nações Unidas".  Mas, o idioma espanhol parece que, neste ponto, prefere nadar contra a maré.

Veja alguns exemplos que encontrei no site da Real Academia Española: 

Oenegé: ONG
Cederrón: ( (De CD-ROM, y este sigla del ingl. Compact Disc Read-Only Memory)
Deuvedé: (De DVD, sigla ingl. de Digital Versatile Disc )
Elepé:  (De LP, sigla ingl. de long play)

É curioso que existe a palavra "Deuvedé" para DVD, mas nao existe a palavra "Cedé" para CD. Alguém comeu mosca...  Conversei com alguns espanhóis sobre esse assunto, e pelo menos eles também acham isso uma piada !

Já faz alguns anos que a Real Academia Española vêm tentando "espanholizar" siglas  formadas pela uniao de duas ou mais palavras de procedência anglo-saxônica.  Nao se sabe ainda se estas novas palavras cairao no gosto popular ou serao condenadas a ficar no limbo das palavras esquecidas.

Se você acha que estou brincando, confira algumas manchetes de jornais espanhois:

Jornal Heraldo.es
Hollywood prepara el entierro del deuvedé

Jornal La Vanguardia
Condenada una oenegé rusa por publicar las irregularidades en las elecciones

Jornal El Pais
Saint Etienne anuncia nuevo elepé para abril

Até o próximo post !

viernes, 9 de marzo de 2012

Eu sou mesmo exagerado...


Antes de começar a ler este post, já vou avisando. Não estou criticando o Brasil, estou apenas apontando diferenças.  Começo este post pisando em ovos, porque recentemente tenho visto muita agressividade nos comentários tanto no meu blog como nos blogs de outros colegas que vivem no exterior.  Pessoal,  não temos a  intenção de falar mal do Brasil (nem estamos deslumbrados, como muitos costumam dizer). É necessário entender que nós nos encontramos diariamente com diferenças politicas, culturais, sociais nos países onde vivemos,  e nossos blogs tem exatamente o  papel de mostrar essas diferenças .  Se em algum post criticamos o Brasil, é porque a critica é procedente,  e como diz o velho ditado, “só é cego aquele que não quer ver”.  O Brasil pode ser a 6º economia do mundo, mas tem uns dos piores IDH´s do planeta.  E isso as vezes se nota, e fica muito mais evidente para quem mora fora. 

Bom, já fiz minhas ressalvas, quem não gostou que vá me xingar no Twitter J  O post de hoje foi inspirado no post da minha amiga Anita do blog (Greetings forHolland) que escreveu sobre o dia dos namorados na Holanda, uma data que praticamente ninguém leva muito em conta por lá.  Isso me fez lembrar uma coisa que ocorre no Brasil e que eu só percebi morando fora: O exagero consumista. Me explico:

A páscoa, por exemplo,  é um evento cristão, e como todo o bom pais católico é celebrada aqui na Espanha. Mas, praticamente não vejo muitos ovos de Páscoa, diferente do Brasil onde as lojas ficam inundadas de ovos até o teto,  pessoas vestidas de coelho circulam pelos shoppings e nos almoços de família ocorre a  tradicional troca de ovos. Eu cheguei a participar no Brasil até de um “ovo oculto” (sem maldade por favor. Se tratava de um amigo oculto, só que  de páscoa). Aqui na Espanha tem ovos de páscoa também, mas tem que procurar muito para achar.


Dia das mães e dia dos pais.  No Brasil, até pouco tempo atrás o dia das mães era considerado, se não me engano, a terceira data mais importante para o comércio (acho que só perdia para natal e dia dos namorados).  No Brasil, de cada cinco comerciais, três são de dias das mães nessa época do ano.  As lojas distribuem encartes com sugestões de presentes e o dia das mães é, normalmente,  comemorado em família. E coitado do filho que não leva um presentinho para mãe. Aqui na Espanha, o dia das mães passa batido.  Já os dia dos pais é feriado (no caso, dia 19 de março, dia de São José).

 

No Brasil, o dia dos namorados é um terror para quem não tem namorado(a), porque no dia 12 de junho, não se fala em outra coisa. Já passei muitos dias dos namorados no Brasil sem namorada e tive que ficar escondido em casa para não passar vergonha J

E o natal. ? .. Nossa o natal no Brasil era um prejuízo.  Imaginem  só:  ceia de natal com 20 pessoas.   Na mesa estavam minha mae,  meu pai, tios, tias, avô, avó, sobrinho, prima bebê, prima adolescente, prima velha, e.....   presente para todos !!!!! Aqui na Espanha,  não existe presente de natal.   Os presentes são dados no dia de Reis (6 de  janeiro), e só quem é criança, ganha presente.  

Bom, podia dar mais exemplos de outras datas, mas acho que vou me alongar demais. Aqui na Espanha (e isso se extende pela Europa afora),  todas as datas comemorativas que existem no Brasil também  são celebradas aqui, só que  de uma forma muito mais discreta.  A Europa então é sem graça ?  Pode ser.  Mas no Brasil as comemorações são geralmente levadas muito ao extremo, talvez porque exista um apelo comercial muito forte.   É o famoso 8 ou 80. Talvez aqui as pessoas deveriam dar um pouco mais de importância à estas datas,  e no Brasil  povo não deveria ser tao exagerado.  Para nós brasileiros, que vivemos no exterior, toda essa "pressao" faz com que essas datas sejam mais tristes, já que em muitos casos, vivemos longe da familia todo o ano. 

 

Acredito que a causa dessas diferenças é, mais uma vez,  o fator socio-cultural.  O europeu é extremamente mais discreto que o brasileiro, e  logicamente, essa discrição é refletida na forma como eles comemoram essas datas. Aqui o povo também ama a mãe, o pai, a namorada(o), os avós, igual ao brasileiro, só que o caráter do povo aqui é diferente. Não rola tanto beijinho, abraço, coisas do tipo “eu te adoro”, “eu te amo”, etc...

Eu particularmente acho legal a forma como as datas no Brasil são comemoradas. Os brasileiros vivem essas datas de forma mais intensa e isso é bom, porque une as famílias, e sem duvida, ajuda a economia se desenvolver.  Porém, para quem leva já um tempo morando fora, eu vejo essas comemorações com um certo exagero.  Quando chegar o dia das mães em maio, preste atenção nas propagandas, no movimento das lojas e na pressão que você vai ser submetido.  Depois você me diz se não achou todo um pouco exagerado.